Caiçaras assumem gestão de parque estadual no litoral de SP

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Um ano após o fim da ditadura militar no Brasil, os protestos pacíficos nas comunidades de Caiçaras são interrompidos por aviões de guerra que voam baixo.

A violência está a aumentar no terreno, com a Marinha a ameaçar prender os residentes que possuem terras agrícolas e a dar a todos 24 horas para abandonarem a reserva de 13.600 hectares.

Os militares atuam em nome do Instituto Florestal, cuja política ambiental se baseia na retirada de todos os moradores dos parques estaduais e na manutenção dessas áreas livres da presença humana.

No ano Entre a criação do Parque Estadual da Ilha do Cardoso, em 1962, e o fim do regime militar, foram necessários mais de 20 anos de intimidação para obrigar cerca de 400 famílias Caisara a deixarem suas casas.

Alguns estão lá desde o século XIX.

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Devido à atuação do padre holandês João Verbeek, também conhecido como João Trinta.

Associado ao Pastor da Terra, o processo de extração do parque foi finalmente bloqueado pela Justiça.

E mostra como os caiçaras da Ilha do Cardoso resistiram obstinadamente em permanecer em sua casa ancestral.

Quatro décadas depois, em 27 de janeiro de 2023, a Associação dos Moradores das comunidades Itacurusa e Perrinha (Amoip).

Com o apoio do Artigo das Comunidades Tradicionais da Ilha do Cardoso, comemorou o sucesso inédito do primeiro acordo assinado.

Afinal a parceria público-sociedade no Brasil.

Afinal a parceria estabelecida entre a Fundação Florestal do Estado de São Paulo (FF) e a Amoip por cinco anos (com direito a prorrogação) a gestão e operação de visitas a um dos dois núcleos do Parque Estadual para delegações de caiçaras.

Núcleo Perecu dos Caiçaras 

Além de apoiar eventos técnicos e científicos realizados no parque, inclui serviços de hospedagem para estudantes públicos e privados e manutenção de lanchonetes.

Trilhas educativas, lojas de artesanato e visitantes.

“Nosso desejo de trabalhar com turismo de base comunitária e hospitalidade estudantil é antigo”, disse Sergio Carlos Neves, presidente da AMOEP.

“Afinal a Fundação Florestal realizou a visita em 2018.

Até 2008, ano em que os grupos recebiam hospedagem e os serviços de alimentação eram suspensos para grandes reformas.

Sendo assim reabriram quinze anos depois, em 2023, quando assumimos.

O Parque Estadual da Ilha do Cardoso.

Inserido nos Complexos Estuarino-Lagunares de Igape, Cananea e Paranaguá, é a maior Mata Atlântica contínua do Brasil.

Sendo assim basta um olhar atento para avaliar sua importância: costões rochosos, praias, enseadas, estuários, bares, lagoas.

Desembarques, manguezais e rios abrigam muitas espécies ameaçadas de extinção, como o papagaio-de-cara-vermelha (Amazona brasiliensis).

Afinal a área de conservação também abriga interessantes monturos, sambaquis, areia, restos de plantas e ossos de animais e humanos.

Construídos entre 10 mil e 2 mil anos atrás pelos Sambaquiros, povo que ocupava o litoral brasileiro, os sambaquis eram utilizados como marcos territoriais, moradias e cemitérios.

As ameaças militares ficaram no passado, mas as restrições dos moradores do Parque Estadual da Ilha Cardoso ainda são grandes.

É necessária uma licença da Fundação Florestal para manter as plantações e é proibido retirar artes de pesca através da pesca de certos tipos de madeira.

Conclusão

Afinal a medida que o seu modo de vida tradicional foi restringido, os Kaisaras começaram a contar com o turismo como principal fonte de rendimento.

Sendo assim a preocupação levantada quando o serviço turístico foi interrompido foi que, após a conclusão das obras, a recepção ficaria nas mãos de uma empresa privada.

Afinal a situação da comunidade é confirmada pela lei de descontos do governo, que impede associações de moradores, como a Amoip, de participar de licitações públicas.

No ano Em 2016, o medo se transformou em horror, quando souberam que havia sido editada a Lei 16.260/2016.

Colocando 26 unidades de conservação do estado na lista para serem entregues à iniciativa privada.

Moradores da Ilha do Cardoso se reuniram com membros do Ministério Público do Estado de São Paulo.

Sendo assim a Defensoria Pública da União e do Instituto Linha d’Agua, instituto que trabalha com biodiversidade costeira e marinha.

primeiro passo foi entrar com uma ação contra a lei de concessões junto aos representantes dos povos tradicionais do Vale do Ribera.

No ano Em 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou parcialmente a lei.

Sendo assim por considerar inconstitucional a sobreposição do governo estadual com empresas em territórios tradicionais.

Afinal a segurança jurídica trazida pela decisão do STF abriu caminho para um acordo inédito com Kaisara. 

O Instituto da Linha d’Água organizou uma investigação sobre os arranjos locais para uma visita pública a todas as áreas costeiras e áreas de conservação marinha brasileiras.


Fonte de informação: brasil.mongabay.com