Cerâmica dá pistas sobre o manejo da floresta amazônica

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Na região amazônica, a interação entre os elementos cria uma paisagem cultural de florestas e cerâmica.

A terra, as florestas e a água estão envolvidas numa relação complexa conhecida localmente como “governança global”. Uma expressão é a arte cerâmica do povo Tucano do alto Rio Negro.

Em comunidades como Taracúa, localizada às margens do baixo rio Upes (o segundo maior afluente do Rio Negro), preservar a sabedoria dos seus antepassados ​​permite que as tradições continuem até hoje.

Quem tiver conhecimento para conectar a produção cerâmica à região poderá transmitir às suas irmãs e filhas experiências inspiradoras e unificadoras da Amazônia, do passado e do presente.

A Associação de Mulheres Indígenas da Região de Taracua foi fundada em 1987 como a primeira associação especializada de mulheres em Altorio Negro.

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Isto é evidente no cenário artístico local.

A comunidade inclui o “Triângulo Ducano” (Tarakua, Iavarete e Pari-Cachoeira), área dividida em três comunidades trazidas para a região pelos missionários católicos salesianos na primeira década do século XX.

Os europeus causaram estragos nos tempos antigos, há milhares de anos.

Esses artefatos foram gradativamente substituídos por ferramentas Pevka (não-nativas Tukano).

Futuro ancestral

Afinal as técnicas de cerâmica Tuca formam o chamado sistema agrícola tradicional do Rio Negro e foram reconhecidas como patrimônio cultural imaterial pelo IFAN (Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 2010.

Os materiais inventados neste sistema incluem plantas, redes sociais para troca de sementes.

Sistemas alimentares e artefatos da cultura material, como peças de cerâmica feitas em Taraqua.

Afinal a sua expansão é necessária para proteger a elevada agro biodiversidade das florestas.

Entre hortas e pomares, os moradores passam de forno em forno, embalando produtos, extraindo óleo de palma, descascando castanhas de caju.

Afiando máquinas e endireitando grãos de Kupuachu.

Afinal as mulheres rionegrinas carregam consigo habilidades que deixarão uma impressão duradoura nas pessoas.

A queima dos elementos é muito habilidosa e os artesãos alcançaram o equilíbrio perfeito entre leveza e durabilidade.

“A cerâmica é como o coração do sistema.

Há fortes emoções nela”, disse o arqueólogo Tisoro, “e a relação entre o assentamento e esta arte”.

Afinal a produção é dividida em diversas etapas.

Desde os rituais de pré-colheita até a finalização, com aproximadamente 12 dias dedicados ao artesanato.

Segundo a história mitológica Tukano, Dii Mafuso (Vovó Barro) é a guardiã das jazidas de barro, local sagrado para os artesãos.

Afinal a queima exige do oleiro habilidade extraordinária no manejo do fogo.

Exposição à fumaça torna a obra preta, uma das características dos Tucanos.


Fonte de informação: brasil.mongabay.com