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Sendo assim pequenos fragmentos da cultura amazônica emergem da terra em jardins parintinos urbanos e rurais.
Afinal amazonas: fragmentos de vasos, fragmentos de desenhos diversos, maquetes de figuras humanas e não humanas, objetos decorativos, sepultamentos. urnas, tudo feito de cerâmica.
Afinal alguns desses fragmentos do tempo são feitos de pedra, como ferramentas líticas, pessoas e objetos estão entrelaçados em diferentes paisagens.
Um mosaico biocultural que a arqueologia chama de sistema agroecológico sustentável e antigo.
Segundo os pesquisadores do “terraço fluvial” do município localizado na ilha de Tupinambaran, hoje cerca de 96 mil habitantes encontraram vestígios da sociedade pré-colombiana da região.
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O nome Tupinambarana foi dado por viajantes que passaram pelo local, a 420 quilômetros da capital Manus, e que tiveram contato com os Tupinambás.
Partes de um quebra-cabeça histórico que poderia abrir novos caminhos para a pesquisa sobre a história sul-americana.
Suas lacunas estão agora sendo preenchidas pelo esforço intelectual coletivo de cientistas e residentes.
Encontrar essas peças, que revelam informações valiosas sobre o colonialismo pré-colombiano, é comum para quem mora em uma cidade que celebra dois dos touros mais famosos do país, o Caprichoso e o Garantido.
Parintins – plataforma de festivais públicos de renome mundial – compartilha importantes vestígios para pesquisas que ligam o passado e o presente na Amazônia.
Museu de família
Mais do que vestígios deixados pelo tempo, essas peças são peças de propriedade amorosa que qualquer um pode encontrar – bens preciosos herdados dos antepassados.
São tão populares que fazem parte das atividades diárias dos moradores, como competições escolares. As peças utilizadas são tratadas como brinquedos pelas crianças.
“Considero uma lembrança antiga que será passada aos meus netos e bisnetos.
É uma parte da nossa história que devemos cuidar”, disse Elinor, guardiã das 224 peças expostas nas estantes do museu. A sala dele mostra um dos maiores acervos locais da região.
Conheci eles, outras pessoas me deram que esperar”, disse.
Eleanor é uma das personagens cuja história está documentada em Fragmentos: Arqueologia, Memórias e Histórias Parintinas, produzido pelo Grupo de Pesquisa em Educação, Patrimônio, Arqueometria e Meio Ambiente do Núcleo Científico da Amazônia (GPIA).
Afinal a obra abre uma janela para ampliar o conhecimento local e a memória de pessoas que têm profunda ligação com as peças que muitas vezes se acumulam nas residências.
Algumas pessoas os colocam nas gavetas da mesinha de cabeceira ou nas caixas de sapatos, onde se encontram com fotografias e outros objetos de valor.
Há quem prefira colocá-lo debaixo do travesseiro antes de dormir, para que dê sorte.
Os ribeirinhos têm em suas casas museus inspiradores, como descrevem os trabalhos elaborados por pesquisadores em colaboração com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), o Museu da Amazônia (Musa) e o Museu Paraense Emílio Goeldi.
Coordenadoras do projeto
Coleções que mudaram a vida da professora da UAA-Dra.
Clarice Bianchesi, uma das coordenadoras do projeto.
“Em 2015, uma estudante de graduação me pediu ajuda para seu projeto de conclusão de curso.
foi quando visitei uma comunidade e encontrei um monte de coisas que pareciam mictórios de cerâmica. Fiquei maravilhado”, conta.
Desde então, Clarice não apenas agregou estudos de arqueologia amazônica aos seus cursos de história, mas também introduziu oficinas de produção cerâmica para ajudar os alunos a compreender melhor os elementos que cercam esse universo artístico.
“Através do livro, queremos disponibilizar informação ao público com o intuito de criar uma problematização sobre o tema da museologia dos trilhos nas comunidades”, disse.
Arqueologia, uma forma de conhecer o mundo na floresta amazônica
Afinal a pesquisa de Michel Carvalho Machado, professor do Sistema de Organização Modular da Educação Paraindígena, tornou-se o livro conceitual deste projeto. Emilio Goeldi.
Professor de diversidade sociocultural do Museu Paraense, decidiu estudar a relação das crianças com esses achados cerâmicos.
Nascido e criado em Parintines, Michel conduziu suas pesquisas com base em sua própria experiência de relacionamento familiar com essas coisas.
“Lembro-me do meu pai e do meu avô conversando sobre essas peças na varanda de sua casa quando eram pequenos.
Temos um acervo domiciliar com cerca de 300 itens que estão na família há quatro gerações”, comentou.
Todas as peças, disse, foram catalogadas e posteriormente registadas pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (IFAN).
Há também a possibilidade de fazer parte do acervo do Museu de Parintins, com inauguração prevista para 2024, acrescentou o pesquisador, que é o primeiro arqueólogo parintins.
Michel explicou que os artefatos fornecem pistas básicas sobre a tecnologia avançada usada pelos primeiros humanos na produção de cerâmica.
Além disso, gráficos encontrados em fragmentos de 3 mil anos atrás nos sítios arqueológicos de Poco-Akutuba e Konduri mostram a relação entre as populações passadas e as ainda presentes na região. “
Pinturas corporais na amazônica
Muitas das características que vemos nas pinturas corporais dos nativos são sinais dessa relação”, enfatizou.
Tais pistas levam à constatação de que as comunidades faziam parte de uma complexa rede de intercâmbio. Das relações socioculturais entre pares emergem padrões de estilo macrorregional na produção das coisas, também chamados de “cultura”.
Parintins possui 44 sítios arqueológicos incluídos no MapArqPin. 19 deles estão registrados no Registro Nacional de Sítios Arqueológicos de Ifan.
Na região existem cerâmicas associadas aos estilos Poko-Akutuba, Globular e Konduri, provavelmente ainda fabricadas durante a ocupação europeia.
Michel disse que na zona urbana da cidade quase não há contato entre as pessoas e essas amostras arqueológicas, mas na zona rural, com grande incidência de terra preta, a interação é diária.
Os legados do antigo modelo de vida emergem no cotidiano das pessoas que utilizam tais bens de forma consciente.
Fonte de informação: brasil.mongabay.com