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“Wori, pare aqui! Aqui você precisa de uma ponte para chegar nessa lado da Amazônia.
Você viu aquela fruta naquela árvore?
Atravessa muito a rodovia quando tem fruta.
Cansado, pare aqui de novo! Muitos amendoins estão correndo.
Você precisa de uma ponte aqui.
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Weri significa mulher na língua indígena Waimiri-Atrori.
Miki é um macaco-prego e Kixiri é um sagui de mãos douradas.
A conversa, que misturou palavras Kinja Iara com o português, aconteceu em 2008.
O prazo é para o final de 2021.
A bióloga Fernanda Abra dirigia pela rodovia BR-174, que corta a floresta amazônica entre os estados do Amazonas e Roraima.
Ao lado dela, três lideranças indígenas apontaram o melhor local para plantar uma ponte artificial que ligaria a copa das árvores e permitiria que mamíferos arbóreos atravessassem a estrada sem correr.
“Foi um dos melhores dias da minha vida.
Foi uma riqueza de conhecimento e um aprendizado incrível”, lembra Fernanda.
“As sociedades tradicionais sabem exatamente o que é necessário para proteger as florestas”.
Identificar os melhores pontos para colocar as pontes é um dos aspectos mais importantes da implementação do projecto Reconnecta.
Criado por Fernanda, o movimento tinha como principal objetivo estudar modelos de trânsito animal adequados para esses animais de pequeno e grande porte que passam a maior parte da vida na copa das árvores e foi concluído sozinho com a construção de rodovias em 2010.
habitações dispersas
O Brasil está em uma grave crise ambiental.
O país possui a quarta maior malha rodoviária do mundo, ao mesmo tempo em que 40% das espécies premium estão em perigo de extinção, algumas delas são endêmicas, ou seja, só aqui e em nenhum outro lugar do planeta.
Estima-se que 9 milhões de mamíferos morram a cada ano por atropelamentos nas rodovias brasileiras.
Fernanda acumula trabalho nesta área há décadas.
Ela atua no manejo da vida selvagem, principalmente em rodovias e ferrovias.
Pesquisador de pós-doutorado no Instituto Nacional de Zoologia e Biologia da Conservação do Smithsonian (EUA) e pesquisador associado do Instituto de Estudos Ecológicos (IPÊ).
Ele recebeu o International Nature Awards de 2019.
O objetivo é criar uma solução simples e barata para reduzir as populações de vida selvagem ameaçadas.
“Jurei a mim mesma que não queria mais estudar lesões causadas por rodovias e trânsito, mas que queria salvar o máximo de animais que pudesse, implementando medidas de mitigação”, diz ela.
Até então, o biólogo trabalhava mais com projetos para evitar o atropelamento de espécies terrestres.
O desafio atual era focar no arbóreo, já que o Brasil possui um grande número de espécies de ameixeiras que perambulam pelas árvores.
A parceria básica com Waimiri-Atori com a Amazônia
Quando começou a planejar o Reconnecta, Fernanda imaginou três locais para instalar pontes de lona em rodovias que quisessem ter grandes pedaços de floresta dos dois lados.
A busca foi difícil porque surpreendentemente, mesmo na Amazônia, ainda era quase impossível encontrar estradas intocadas.
Entre as três rodovias citadas está a BR-174, com 125 km de extensão, que atravessa parte dos 2,3 milhões de hectares de Waimiri-Atrori e é considerada uma das melhores do bioma, principalmente por seu modelo.
A administração do estado (essas pessoas sofreram um genocídio histórico durante a ditadura militar, que se espalhou pelo norte do país e 2.650 delas foram mortas).
Apesar de sua vasta experiência na construção de travessias de vida selvagem, a bióloga nunca havia trabalhado na Amazônia, mas logo descobriu por que a BR-174 seria o local ideal para o projeto.
“Há cerca de 30 anos, Waimiri-Atroari queria construir pontes artificiais nesta rodovia”, disse ele.
“E o esforço deles é muito grande e poderoso, na intervenção junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e à Universidade Federal do Amazonas (UFAM) no corte da BR-174. São cerca de 30 pontes naturais de comunicação.
floresta acima da rodovia” No ano Em 2022, o local foi determinado e as pontes artificiais preparadas, com a ajuda dos nativos, a Reconecta instalou 30,7 metros de altura.
Na verdade, 15 pares, cada um com um modelo diferente e para entender qual deles os macacos mais usam.
Fonte de informação: brasil.mongabay.com