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A Floresta Atlântica historicamente danificada, especialmente os ecossistemas costeiros menos conhecidos e ameaçados dos ouriço.
Como as florestas de Restinga, com suas diversas espécies e solos arenosos e manguezais.
Enfrentam múltiplas ameaças devido ao aumento do desenvolvimento ao longo da costa do Brasil.
Atraídos pelas belezas naturais do mar, o turismo de caçadores-coletores e o setor imobiliário os direcionaram para a construção de condomínios fechados, hotéis e resorts nessas áreas.
Outras preocupações relevantes são as indústrias transformadoras e florestais localizadas em toda a região.
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Além disso, algumas das maiores cidades do Brasil estão localizadas no litoral e na maioria dos casos a urbanização significa a perda ou degradação desses ecossistemas.
Na cidade de Aracruz, no Espírito Santo, um grupo de cientistas brasileiros resgatou três ouriços-pretos (Chaetomys suspinosus) de uma mata de restinga que poderia ser sufocada pela construção de um terminal portuário.
Espécie rara de ouriço
Essa espécie rara, que vive em uma pequena área de mata atlântica, é o ouriço mais ameaçado do Brasil, na Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza).
A maior ameaça neste momento é a perda de habitat impulsionada pelo desenvolvimento costeiro.
No ano Entre outubro de 2015 e março de 2017, os ouriços foram transferidos para uma área de conservação permanente próxima e monitorados por radiometria entre outubro de 2015 e março de 2017.
Ao final do acompanhamento, os pesquisadores constataram que todas as pessoas transplantadas haviam alcançado a sustentabilidade – ou seja, haviam se estabelecido bem – no novo ambiente.
Esta não foi a primeira translocação desta espécie, mas foi a primeira translocação bem planeada e implementada do ouriço preto, sendo considerada pioneira.
O estudo também envolverá o monitoramento de indivíduos residentes para avaliar as mudanças na população local de ouriços-negros, visto que são uma espécie territorial.
O estudo foi destaque em artigo publicado no Journal for Nature Conservation.
Um ouriço distinto
Anteriormente classificado pelos taxonomistas como um rato espinhoso.
O ouriço preto é um pequeno rato arbóreo noturno, amarelo, sem cabelo porque seu corpo é coberto quase inteiramente por espinhos semelhantes a escovas.
“O ouriço-preto é uma espécie muito procurada, tanto pela sua dieta como pelo seu habitat”, explica Matthius Mello Dias, coautor do estudo e ecologista.
Isto significa que, ao contrário de outras espécies que podem viver em condições difíceis em ambientes degradados e artificiais.
O ouriço preto necessita de um habitat particularmente bem protegido.
Em particular, as suas condições de vida estão relacionadas com a forma como as plantas nasceram.
Por exemplo, esses ouriços são conhecidos como “chatos de comer” porque aproximadamente 85% da comida que comem consiste em quatro espécies de plantas.
Esses roedores são considerados os mais folívoros (sua dieta consiste principalmente de folhas) de todas as espécies de ouriços.
Outro aspecto importante a considerar é que as florestas de Restinga proporcionam as condições necessárias para o desenvolvimento desses ouriços.
A Restinga Arbórea possui uma cobertura vegetal complexa e as árvores estão entrelaçadas com cipós e cipós, permitindo que o ouriço se mova com segurança pela copa da floresta.
“Precisamos de mais florestas protegidas com cipós porque, ao contrário dos primatas que conseguem saltar entre as árvores, os ouriços não conseguem porque são principalmente pequenos.
Portanto, se a ligação entre as árvores for quebrada pela desflorestação, o habitat desaparece”, explicou Melo Dias.
Monitorando os ouriços em seu novo habitat
Segundo o estudo, a empresa envolvida na construção do terminal portuário foi a responsável pela realocação do ouriço, que foi transferido para uma área de preservação permanente.
Segundo o estudo, sua nova casa é um restinga de solo arenoso, distante 2,7 quilômetros de sua localização anterior, em “pântanos cercados por matas de Restinga”.
Os cientistas então rastrearam manualmente um total de quatro ouriços (três vagabundos e um residente) que receberam coleiras de rádio em momentos diferentes.
Os indivíduos são recapturados a cada três meses para que os pesquisadores possam coletar dados biométricos.
“Animais como preguiças e ouriços têm metabolismo lento e são fáceis de capturar por causa de sua dieta, que é basicamente folhas e pouquíssima energia”, diz Melo Dias.
Ao longo de vários meses, os cientistas observaram a sua orientação na sua nova casa, prestando atenção às preferências de habitat da espécie e à diversidade doméstica.
No entanto, no final do terceiro mês, os pesquisadores encontraram uma surpresa desagradável – o pescoço do ouriço macho transformado foi realmente cortado.
O que eles sugeriram ter sido removido deliberadamente pelos caçadores.
A natureza imprudente dos ouriços torna-os vulneráveis a tais atividades ilegais.
Embora não sejam especificamente direcionados para sua carne, eles podem ser procurados como animais de estimação.
Após 11 meses, uma das fêmeas de ouriços transformadas foi encontrada morta, apresentando sinais de paralisia.
É importante ressaltar que ela também estava grávida.
Apesar deste final triste, Melo Dias explica a importância deste acontecimento.
Este exemplo mostra que conseguiu estabelecer-se na população e mesmo que tenha sido morto – pensamos que foi por um gato selvagem ou por um oceano.
Isso mostra que entrou no processo ecológico.
Fonte de informação: brasil.mongabay.com